"O revisor se define não por seus
conhecimentos, mas por seu perfil psíquico. A revisão é mais que uma
profissão: é uma neurose. Esta neurose se caracteriza como uma espécie
de sacrifício consentido (desejado) pelo revisor; é um tributo à saúde
(qualidade) da edição. O revisor se oferece, sempre, em sacrifício à
Deusa do Idioma [Francês], portanto, todos aqueles que se dedicam a esse
ofício nunca serão normais. (…) Para o revisor, o importante não é o
que ele sabe, mas o que ele está consciente de não saber ou, pelo menos,
não saber totalmente, e que por isso exige permanente verificação. (…) O
revisor não lê como todos os demais homens leem, ele fotografa a
palavra visualmente (…) O exercício da profissão do revisor pode ser
descrito, perfeitamente, como uma 'leitura angustiada'. O seu trabalho
é, justamente, evitar
que todos os outros seres humanos necessitem fazer essa leitura
angustiada."
BRISSAUD, Sophie. La lecture angoissée ou la mort du correcteur. Cahiers GUTenberg n°31 — déc. 1998.
Comentários
Postar um comentário